Pescar é enfrentar saudáveis desafios, é fazer amizades, é conhecer novos lugares e abrir novos horizontes. É conviver com a natureza. É ser companheiro.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Até que enfim


A pesca embarcada estava parada desde Fevereiro e as saudades eram mais que muitas.


Após uma aberta no serviço, foi combinada à pressa um investida em Sesimbra para levar um fornecimento de precioso líquido ao nosso comandante Jo, pois o homem estava mais desejoso que mulher grávida, e eu igualmente desejoso de fazer uma pesca embarcada ainda para mais "diferente"....


Pois bem; após um noitada de S. João sem dormir, no dia Santo por volta das 23 da noite aqui o Je, o Ivo Black e o Pisões, lá rumámos ao reencontro de grandes amigos . Chegados ao local, e como o dia de S. João ainda estava a valer, não nos fizemos rogados a uma volta na romaria de Sesimbra, sempre acompanhados de umas feveras e umas minis que por lá se vendiam e que sempre ajudaram a recuperar da ressaca da noitada anterior pelas nobres terras nortenhas...


Por volta das 4 decidimos descansar um pouco no carro e às 6 já tomávamos o pequeno almoço lá pelos lados da marina. Após o embarque e por interdição de uma grande área de navegação devido a exercícios militares, parámos num pesqueiro com uma profundidade de 80 braças (150m). O isco resumia-se a cerca de 20 kg de sardinha... (dá a entender qual seriam os nossos alvos: PARGOS de preferencia GRANDESSSSSSSSSSSSS!).


Avisados que estávamos do tipo de pesca a realizar e da paciência que teríamos de ter, por volta das 7.30 ja pescávamos com uma agradável temperatura a rondar os 30ºC e mar com menos ondas que a banheira lá de casa!
Muita aguagem e pouca activadade inicial, deram-nos a ideia de que o dia não seria o melhor para aquele pesqueiro, mas dado a interdiçao militar sabíamos que tinhamos que nos aguentar mais umas horitas...


Com os primeiros exemplares de cantaril a aparecerem, seguidos duns manhosos besugos kileiros, carapaus, e pata-roxas...a aguagem era tal que os empachanços se sucediam a bom ritmo, mesmo pescando com 300 grs de chumbo!!!!


Decidimos tentar pescar um pouco mais perto de terra e alterámos a poitada para a zona das 65 braças... Resultados nenhuns.... Nenhuma aguagem mas igualmente nenhuma activadade do peixe...


Dava meio dia e decide-se afundar novamente... desta vez perto das 85 braças, um pouco mais fora e muito perto do limite da zona interdita à navegação. Era cerca de meio dia, hora de iniciar as hostilidades; toca a preparar os copos, que o alvarinho estava geladinho como tudo e o franguinho assado com molho personalizado criavam um espírito de " Que se lixe a pesca !!!!!". Claro que logo após o almoço regado com alvarinho, com temperaturas a ultrapassar os 35ºc e sem ponta de brisa, era chegada a hora de inventar maneiras de nos refrescarmos...

Assim, uns optaram, estranhamente, por pescar de formas inovadoras: dormir com os pés na água e cana na mão, enquanto outros aterraram dentro da cabine mesmo com as temperaturas tórridas que se faziam sentir (já eram 2 noites em claro para estes artistas)... também uns baldes de gua pelas costas abaixo refrescaram ideias e não só ! Após o descanso dos guerreiros, surgiram, durante cerca de uma hora, os nossos companheiros preferidos, o golfinhos...mais de 30 exemplares que até com os nossos pés vinham brincar.


Começaram entretanto a sair exemplares que já faziam as nossas delícias, pela estreia: uma pescada para o Ivo de kg e outra um pouco maior para mim... Tirar aquilo daquela profundidade ... vai lá vai...


Perto das 14h toca a fazer a última poitada a umas ridiculamente exageradas 93 braças, que, com a aguagem daquela altura faziam com que 200m de multifilamento não chegassem para a pesca tocar no fundo!!!!


Carapau ali e besugo acolá e finalmente aparece o maior exemplar.... A história não é simples mas por incrível que pareça começa em casa....Vamos lá então...

Estava a fazer o meu saco e pela primeira vez na vida de embarcado ao olhar para as minhas luvas de neoprene lembrei-me de as meter no saco para o que desse e viesse (sem saber bem para quê! )... mas, voltando ao barco, estava a baixar a minha pesca juntamente com o Pisões, nesta ultima poitada, e, pela primeira vez a pesca dele lançada primeiro que a minha demorava mais que o normal a chegar ao fundo... o homem começa a ficar sem linha no carreto e a minha pesca começa a trabalhar de forma diferente igualmente na descida....hummmmm... algo não está bem digo-lhe eu, desesperado, pois tinha apenas mais uns 20 m delinha . Começámos então a recuperar em simultâneo e após uns 40 metros, uma pancada em seco sentida pelos 2 e que resulta no multi cortado para ele e numa força brutal na minha cana....Cravei uma tintureira de certeza, pensei... Cortou-te o multi e cravou no meu 6/0...

Começam de imediato os agoiros, e rebenta essa linha, e o 0,40 não presta para nada, e tu força isso, e tu fecha a embraiagem, e eu nem conseguia mexer-me... o bicho levava linha e voltava a levar e eu só ia trabalhando com a cana e pouco mais... Depois de uns longos 5 minutos começo finalmente a recuperar levando o raio da "tintureira" sempre mais linha do que a que eu recolhia, continuando naturalmente os agoiros pelos sujeitos do costume... Olhei para trás, respirei fundo e "vocês amanhem-se que nem se que seja só pela foto o raio do bicho vem para cima e mais nada!".

E assim foi; lentamente, pois os braços não davam para mais, o raio do peixe lá vinha para cima até que a montagem chega ao barco e peixe népia !!!!! Puxei a montagem para dentro e qual não é o meu espanto: a linha do Pisões estava tão bem empachada que aguentou aquela luta.... bem, pensei, ainda não acabou... se o peixe lá está tem que vir para cima. Peço as luvas do meu saco (há coisas do caraças...) e siga de alar o bicho à mão...foram mais de 90 metros a puxar o bicho à unha e quando espero a "tintureira", já a agarrar no chicote da montagem, o raio do peso afrouxou e fiquei incrédulo a olhar para o mar, vociferando irrepetíveis pragas, quando o "menino" aparece por baixo do barco solto do anzol Não houve tempo para muito, nem mesmo para o xalavar, foi com o bicheiro que estava preparado para a tintureira que um golpe certeiro do comandante fez embarcar o peixe!


Já apanhei muito peixe na minha vida mas este ficará guardado na memória!
Visto que o trabalho foi totalmente de equipa todos tiraram fotos com o exemplar, sendo que me coube a mim degustá-lo, uma vez que fui quem teve a extenuante tarefa de o arrastar desde os 200 m de fundo.

O peso ultrapassou um pouco os 3.6 kgs, o meu maior pargo até hoje.

Terminámos com um jantar entre grandes amigos antes de nos fazermos ao Norte. A troca de oferendas habitual decorreu com a presença sempre indispensável do amigo Bruno.


Foi um dia como há muito não passava, pleno de Fisioterapia, com mais um record batido, duas directas em cima, e um grupo de amigos fantástico. São estes grandes dias que fomentam esta nossa paixão pela pesca.

Um bem haja a todos, em especial aos meus companheiros de viagem e, claro, um muito obrigado ao comandante Jo Pinto pelo dia que nos proporcionou, assim como pelos seus ensinamentos. Até á proxima!!!!!

Pedro Lourenço
Texto e foto

segunda-feira, 27 de junho de 2011

E foi assim... ( 2º Concurso ao Pargo + 3)


E foi assim. Espicaçado pelo nosso Administrador lá fui eu no 10 de Junho, convidado pelo António Lemos, à esperada 2ª. Tertúlia/Concurso ao pargo + 3 espécies, pavoneando impante e inchado no meu recente boné Katembeiro.
Participada pela E.F.S.A. e várias outras entidades e cujo motor do evento foi sem dúvida o Walter Canelas, registaram-se cerca de 18 barcos no evento que se concentraram à entrada da Marina aguardando impacientes a contagem decrescente para a partida.

Antes, no Bar 40 fomos aconchegando o estômago e esaltando o bafo, dado que embora não estivesse frio a escorredela pela garganta às 6 da manhâ sabe sempre muito bem (No meu caso com a devida contenção, claro).
Comigo estavam dois bons amigos o Pedro e o Sousa Rego, bons companheiros de outras pescarias e que ouviram o Lemos fazer a pergunta crucial: Meus amigos. Vocês querem ganhar o concurso ou querem apanhar pargos????
Pargos...Cabeçudos...Pargos... Foi a resposta lógica.

E ao sinal todos os 18 barcos arrancaram numa romaria digna de ver.
Chegados ao pesqueiro, ainda eu tinha mal bocejado e eis que o Sousa Rego saca o primeiro bicho, 4,1 kgs. e de seguida logo outro com 4,4 kgs. Engraçado era vê-los passar e eu nada.
O Pedro entretanto ia apanhando carapaus, sargos até que lhe vieram 2 bons safios.
E eu a vê-los passar...

Tenho por hábito quando os amigos estão a apanhar pouco peixe dizer-lhes que a pescaria que fazemos nunca é como começa mas sempre como acaba e assim foi, fui apanhando uns carapaus, uns sargos e choupas com o anzol pequeno que por vezes utilizo nas montagens dos pargos, três minhocas (safios pequenos) que devolvi ao mar e um outro com 4 kgs. que já não devolvi. De seguida vêem-me 2 parguetes 1.1 e 1.5 Kgs. e quando menos esperava este belo galo com perto de 3 Kgs. acabando por fazer juz o ditado.


Já todos de volta à marina fomos brindados com variados petiscos enquanto se pesavam as pescarias.
Além dos petiscos todos muito bons (queijos alentejanos, cremes para barrar de marisco, carnes e outros, fritos, salgados, fiambres, presuntos e o principal) - barris de cerveja e mais e mais...
Na contagem para o peso do maior exemplar o nosso barco através do Sousa Rego (pargo com 4,400 kgs.) venceu o 1º. lugar, levando para casa o merecido prémio.

E mais não vou dizer, não aconteça o mesmo de ontem que já acabado o texto e já com a foto inserida, acabei por não salvar e perdi tudo.


João Arietti

(texto e fotos)

sábado, 25 de junho de 2011

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os bonés do Katembe dão mesmo sorte

Mais uma prova de que os bonés do Katembe dão mesmo sorte!
O companheiro José Carlos apanhou logo uma dourada em Aveiro.
Também quer um? Espreite aqui !

domingo, 19 de junho de 2011

Cana de pesca dupla?

A loucura destes japoneses que inventaram uma cana de pesca dupla....e outra quádrupla !!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Na Costa Vicentina

Mais uns diazitos na Costa Vicentina, no intervalo entre aulas e exames, para descansar um pouco a cabeça. Não só pelo local em si, o sossego, as magníficas paisagens... e o peixe também voltou a colaborar!

Na quinta-feira passada, decidi ir pescar numa pedra que em Verões passados me chegou a dar dezenas de safias. Fui com camarão (a pensar nelas) e com sardinha. Mal lá cheguei, capturei 2 safias com camarão ao fundo, mas a maré baixa apenas deu peixe mais miúdo. Na enchente coloquei uma bóia e comecei a pescar fora do fundão, num estrato de pedras, com uns mini-regos que pouco mais água tinham do que a altura da cintura de um homem e a engodar ao belisco, com sardinha, e a iscar com uns mexilhões que ia apanhando na hora em cima da pedra. Os sargos começam a entrar em cima do estrato. Se comessem em cima dele eram sargos; se a bóia fugisse para o fundão, comiam safias. E assim fiz a enchente na pedra, com 9 sargos e 6 safias. Antes de sair, apanhei uma dúzia de mexilhões para o dia seguinte. E que diferença fez!




Na Sexta-feira, começo a pescar à bóia, na enchente, mas as tainhas invadiram o local, permitindo apenas a captura de 2 sargos e uma safia. Mudei de técnica, montando uma chumbada furada de 30gs - lançamento mais para a frente, com um mexilhão apanhado no dia anterior, caindo junto a uma pedra... esperei bastante tempo, mas quando começo a recolher, algo se fez ao mexilhão e começo a sentir umas belas cabeçadas... um sargo grandalhão, pensei eu, mas ao fim de algum tempo a puxá-lo, comecei a achar estranho continuar a bater tanto... o sargo a meio do caminho costuma "amansar".
Como pescava com linha 0,25mm, tive o cuidado de preparar o local onde iria tirar o peixe, pois pescava em cima de uma pedra. O peixe furou-me os planos e arrancou para outras bandas e lá tive eu de me desenrascar. Fui obrigado a levantar o peixe no ar com ajuda de uma onda e metê-lo em cima da pedra. Foi por pouco, a linha partiu já com o peixe em cima da pedra... aqui está ele, e como previ a meio do "caminho", não era um sargo.






Texto e fotos: Jorge Ponte

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pesca junto ao submarino

Uma pescaria cuja história se resume ao facto de termos tido por companhia vários vasos de guerra da Marinha Portuguesa, entre eles o submarino NRP Barracuda, todos eles já fora de serviço e à espera que o seu destino se cumpra.

O submarino Barracuda (classe Albacora), construído pelo estaleiro francês Ateliers Dubigeon-Normandie em 1965, foi lançado à água no dia 24 de Abril de 1967 e até Dezembro de 2001 efectuou um total de 38143 horas de navegação, das quais 26962 horas em imersão, tendo percorrido 790545 milhas (o equivalente a mais de 36 circunavegações à Terra), em missões de treino próprio, formação de alunos da Escola de Submarinos e exercícios nacionais e internacionais, salvaguarda do espaço marítimo nacional, e participações em exercícios nacionais e NATO.


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sábado, 4 de junho de 2011

KATEMBE - a original

Catembe (ou Katembe) é uma localidade moçambicana situada na baía do Espírito Santo (Delagoa Bay) no lado oposto à cidade de Maputo. É um dos cinco postos administrativos que formam o distrito de Missevene na província de Maputo, a sul da província de Gaza. A região administrativa tem uma extensão de 430 km2 com cerca de 7.500 habitantes.


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quinta-feira, 26 de maio de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pescaria em V. N. Milfontes - Jomar

Pescaria do Jomar em V. Nova de Milfontes, no passado sábado, dia 21 de Maio - um bom exemplar de cada uma das espécies rainhas da nossa costa. (sargo, dourada e robalo)







quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bonés do Katembe

Bonés exclusivos do Katembe para a pesca, e não só.
Duas cores à escolha. Sorte na pesca garantida.

Clique na imagem

domingo, 8 de maio de 2011

Técnicas de pesca na Costa Vicentina


Na Costa Vicentina, as técnicas de pesca são muito rudimentares. Vejo muita gente no resto do país a usar destorcedores, líquidos luminosos, estralhos XPTO, pérolas, anzol em estralhos independentes acima da chumbada... enfim, muitas coisas que por lá são consideradas "mariquices", com todo o respeito a quem usa, claro, e pode ter as suas vantagens. Só digo isto para frisar que, em termos de técnicas, não há muito a esconder por parte daquele pessoal; é o mais simples que pode haver: passar o fio do carreto por uma chumbada furada, fazer o laço, e unir este ao laço do estralho com o anzol. Claro que há técnicas, iscos, formas de engodar, etc, mas não é isso que considero o mais importante nem o que explica as grandes pescarias.


O que acho que faz a verdadeira diferença é o conhecimento dos locais, das correntes, se é bom com mar manso ou bravo, se é melhor em marés mortas ou vivas; conhecer os buracos dos sargos, onde costumam ir comer, os tipos de águas, a morfologia do fundo; um pescador que não conheça o pesqueiro, pode estar com maré cheia a atirar para cima de uma pedra bicuda, pois não sabe como é o fundo! E esta sabedoria só se adquire com a experiência, indo muitas vezes pescar. É por isso que, mesmo quando há uma pescaria fraca, penso sempre que de certeza que saio daqui melhor pescador que quando cheguei.




Falo muito com os pescadores locais sobre os pesqueiros da zona, para onde lançam, junto a que pedras, quais os melhores caneiros, a melhor altura da maré... Quando os encontro observo atentamente os locais onde pescam e as técnicas utilizadas. Eu próprio, apesar de ter apenas 21 anos, já conheço muito bem toda a zona, já que desde que nasci ali vou e ali pesco, palmilhando aquelas rochas aos polvos, aos cabozes, aos caranguejos, etc, apercebendo-me dos sítios onde dá o melhor peixe. Em pesqueiros com várias opções vou já com ideia de onde vou lançar, utilizando o conhecimento do local anteriormente adquirido. O que não me impede de ás vezes experimentar, até locais onde nunca deu nada, pois nunca se sabe...



Estou certo de que este conhecimento faz, por vezes, a grande diferença. Conveniente é ter um lançamento preciso, porque na zona é essencial colocar a chumbada no sítio certo, pois se vai 1 metro ao lado, é chumbada perdida.


Texto: Jorge Ponte - Fotos: Jorge Ponte e Katembe