Após uma aberta no serviço, foi combinada à pressa um investida em Sesimbra para levar um fornecimento de precioso líquido ao nosso comandante Jo, pois o homem estava mais desejoso que mulher grávida, e eu igualmente desejoso de fazer uma pesca embarcada ainda para mais "diferente"....
Pois bem; após um noitada de S. João sem dormir, no dia Santo por volta das 23 da noite aqui o Je, o Ivo Black e o Pisões, lá rumámos ao reencontro de grandes amigos . Chegados ao local, e como o dia de S. João ainda estava a valer, não nos fizemos rogados a uma volta na romaria de Sesimbra, sempre acompanhados de umas feveras e umas minis que por lá se vendiam e que sempre ajudaram a recuperar da ressaca da noitada anterior pelas nobres terras nortenhas...
Por volta das 4 decidimos descansar um pouco no carro e às 6 já tomávamos o pequeno almoço lá pelos lados da marina. Após o embarque e por interdição de uma grande área de navegação devido a exercícios militares, parámos num pesqueiro com uma profundidade de 80 braças (150m). O isco resumia-se a cerca de 20 kg de sardinha... (dá a entender qual seriam os nossos alvos: PARGOS de preferencia GRANDESSSSSSSSSSSSS!).
Avisados que estávamos do tipo de pesca a realizar e da paciência que teríamos de ter, por volta das 7.30 ja pescávamos com uma agradável temperatura a rondar os 30ºC e mar com menos ondas que a banheira lá de casa!
Muita aguagem e pouca activadade inicial, deram-nos a ideia de que o dia não seria o melhor para aquele pesqueiro, mas dado a interdiçao militar sabíamos que tinhamos que nos aguentar mais umas horitas...
Com os primeiros exemplares de cantaril a aparecerem, seguidos duns manhosos besugos kileiros, carapaus, e pata-roxas...a aguagem era tal que os empachanços se sucediam a bom ritmo, mesmo pescando com 300 grs de chumbo!!!!
Decidimos tentar pescar um pouco mais perto de terra e alterámos a poitada para a zona das 65 braças... Resultados nenhuns.... Nenhuma aguagem mas igualmente nenhuma activadade do peixe...
Dava meio dia e decide-se afundar novamente... desta vez perto das 85 braças, um pouco mais fora e muito perto do limite da zona interdita à navegação. Era cerca de meio dia, hora de iniciar as hostilidades; toca a preparar os copos, que o alvarinho estava geladinho como tudo e o franguinho assado com molho personalizado criavam um espírito de " Que se lixe a pesca !!!!!". Claro que logo após o almoço regado com alvarinho, com temperaturas a ultrapassar os 35ºc e sem ponta de brisa, era chegada a hora de inventar maneiras de nos refrescarmos...
Começaram entretanto a sair exemplares que já faziam as nossas delícias, pela estreia: uma pescada para o Ivo de kg e outra um pouco maior para mim... Tirar aquilo daquela profundidade ... vai lá vai...
Perto das 14h toca a fazer a última poitada a umas ridiculamente exageradas 93 braças, que, com a aguagem daquela altura faziam com que 200m de multifilamento não chegassem para a pesca tocar no fundo!!!!
Carapau ali e besugo acolá e finalmente aparece o maior exemplar.... A história não é simples mas por incrível que pareça começa em casa....Vamos lá então...
Já apanhei muito peixe na minha vida mas este ficará guardado na memória!
Visto que o trabalho foi totalmente de equipa todos tiraram fotos com o exemplar, sendo que me coube a mim degustá-lo, uma vez que fui quem teve a extenuante tarefa de o arrastar desde os 200 m de fundo.
Foi um dia como há muito não passava, pleno de Fisioterapia, com mais um record batido, duas directas em cima, e um grupo de amigos fantástico. São estes grandes dias que fomentam esta nossa paixão pela pesca.
Texto e foto