Pescar é enfrentar saudáveis desafios, é fazer amizades, é conhecer novos lugares e abrir novos horizontes. É conviver com a natureza. É ser companheiro.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Pescaria em V. N. Milfontes - Jomar
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Bonés do Katembe
domingo, 8 de maio de 2011
Técnicas de pesca na Costa Vicentina
Na Costa Vicentina, as técnicas de pesca são muito rudimentares. Vejo muita gente no resto do país a usar destorcedores, líquidos luminosos, estralhos XPTO, pérolas, anzol em estralhos independentes acima da chumbada... enfim, muitas coisas que por lá são consideradas "mariquices", com todo o respeito a quem usa, claro, e pode ter as suas vantagens. Só digo isto para frisar que, em termos de técnicas, não há muito a esconder por parte daquele pessoal; é o mais simples que pode haver: passar o fio do carreto por uma chumbada furada, fazer o laço, e unir este ao laço do estralho com o anzol. Claro que há técnicas, iscos, formas de engodar, etc, mas não é isso que considero o mais importante nem o que explica as grandes pescarias.
O que acho que faz a verdadeira diferença é o conhecimento dos locais, das correntes, se é bom com mar manso ou bravo, se é melhor em marés mortas ou vivas; conhecer os buracos dos sargos, onde costumam ir comer, os tipos de águas, a morfologia do fundo; um pescador que não conheça o pesqueiro, pode estar com maré cheia a atirar para cima de uma pedra bicuda, pois não sabe como é o fundo! E esta sabedoria só se adquire com a experiência, indo muitas vezes pescar. É por isso que, mesmo quando há uma pescaria fraca, penso sempre que de certeza que saio daqui melhor pescador que quando cheguei.
Falo muito com os pescadores locais sobre os pesqueiros da zona, para onde lançam, junto a que pedras, quais os melhores caneiros, a melhor altura da maré... Quando os encontro observo atentamente os locais onde pescam e as técnicas utilizadas. Eu próprio, apesar de ter apenas 21 anos, já conheço muito bem toda a zona, já que desde que nasci ali vou e ali pesco, palmilhando aquelas rochas aos polvos, aos cabozes, aos caranguejos, etc, apercebendo-me dos sítios onde dá o melhor peixe. Em pesqueiros com várias opções vou já com ideia de onde vou lançar, utilizando o conhecimento do local anteriormente adquirido. O que não me impede de ás vezes experimentar, até locais onde nunca deu nada, pois nunca se sabe...
Estou certo de que este conhecimento faz, por vezes, a grande diferença. Conveniente é ter um lançamento preciso, porque na zona é essencial colocar a chumbada no sítio certo, pois se vai 1 metro ao lado, é chumbada perdida.
Texto: Jorge Ponte - Fotos: Jorge Ponte e Katembe
sábado, 7 de maio de 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Saída de Hoje no Katembe I
terça-feira, 3 de maio de 2011
Festival de Páscoa - Sargos na Costa Vicentina
Quarta-feira, dia 20 de Abril: Para primeiro dia, apenas umas 2 horitas a fazer a enchente na praia, para ver se comia algum sargo. O mar era bravo, com cerca de 3/4 metros, o que dificultou um pouco a acção de pesca. Porém, isso não impediu o peixe miúdo de infestar a zona, permitindo apenas uma boa captura de um sargo com cerca de meio kilo.
Sexta-feira: Depois de no dia anterior as cargas de água com trovoada terem impedido um dia de pesca, fui para uma zona com muita pedra e pouca profundidade, mas onde os sargos gostam de ir roer as cracas das rochas. O mar era um pouco agitado, mas certo e apetitoso para dar uns bons sargos. Ao fim de 4 horas o resultado já era este...
No final da pescaria, mais uma hora decorrida...
Foram no total 21 sargos que perfaziam 12 kg, resultando uma média de 570 g por peixe. Os grandes, á volta de 700/800 g foram quase todos capturados na fase final, uns atrás dos outros, quer por mim, quer pelo meu tio. Foi um festival... Fica uma imagem do pesqueiro, com maré cheia, quando deu a maior parte do peixe. Com a maré baixa, ficam as rochas todas á mostra...
Sábado: Que grande ventania, e a coisa não correu bem logo no início com uma ponteira partida , pois uma rajada de vento tombou a cana pousada. Felizmente tinha levado uma segunda cana. O mar era grande e muito desordenado, as coisas pareciam feias. Após uma decisão difícil, decidi experimentar fazer um lançamento, num local que nem parecia ter muito jeito, com muita pedra e que ficava as vezes quase a seco quando o mar recuava, mas fazia umas poças no meio. O lançamento era complicado, o vento encurvava a linha toda, difícil sentir o peixe... mas veio logo um sargo! Eh lá... pois é, 4 lançamentos, 4 sargos naquele sítio. E depois de 2 ou 3 em que não deu nada... uma porrada na cana, levantar bem a mesma para o peixe não entocar e um espera interminável para que as ondas trouxessem mais água. Um pânico por prender um peixe daqueles num sítio cheio de "armadilhas". Mas com muita calma, e guiando o peixe pelos caneiros, chegou a terra. Tirei logo umas fotos, um belo sargo que tinha com certeza por volta de 1 kg, senão mais pois estava bem gordo...
Com a maré a encher, fui recuando ao sabor da mesma até chegar á praia em si, onde ainda deu para apanhar mais 3 bons sargos. Muito bom, tendo em conta as condições!
Terça-feira, 26 de Abril: Fui de manhã fazer uma experiência, ver o que dava fazer uns lançamentos á maré cheia neste local, onde o mar tirou a areia toda há uns meses e as rochas se apresentam cheias de um limo verde que os sargos ás vezes gostam de comer.
Quarta-feira: Regresso á Quebrada para ver se o peixe ainda por lá parava! A pesca não correu tão bem. O mar enchia bastante menos, devido á maré, e não meteu água suficiente para os sargos virem comer aos laredos como no outro dia. Mesmo assim, 4 sargos, um deles bem grandote com umas 700 g, e 2 safias (sejam bem aparecidas)!Quinta-feira: Pesca na Pedra, que me surpreendeu logo pela derrocada que houve na falésia e dificultou imenso o acesso, tendo agora de ser feito com auxilio de cordas. Não foi excepcional, mas peixe aqui e ali, 5 bons sargos, 2 safias e 1 tainha para massada!
Sexta-feira: Chovia a potes. Por isso, em vez de ir as 8 da manhã como previsto, só ás 11 estava no Aipo a pescar. Começou a chover de novo torrencialmente, e experimentei pescar à bóia, pois o mar tinha caído muito. 2 vezes que lá meti a bóia, 2 sargos, um deles por volta do meio quilo. Isto está bem encaminhado, pensei... puro engano, as bogas trataram de me estragar a pescaria! Nem mais 2 horas pesquei antes de me vir embora todo ensopado da chuva.
Finalmente, Sábado: Novamente na Quebrada para despedida, mas a pensar pescar á bóia. A coisa correu muito mal, com 2 sarguitos pequenos devolvidos ao mar e uma salema. Bem, tenho de levar peixe para cima! O mar tinha subido bastante entretanto e fazia já muita espuma nos laredos. Então decidi experimentar na maré cheia uns lançamentos. Foram 5 sargos, um deles já de beiças gordas, com umas 700 g, e os outros entre 300/400g. Ufa, safei a grade agora no fim!
E assim, se resume uns dias fenomenais de pesca, com 43 sargos, 5 safias... e afins. Sem contar com as capturas do meu tio enquanto lá esteve!
Um abraço
Jorge Ponte