Todos os nós que precisa de conhecer para a pesca. Clique na imagem sff.
Pescar é enfrentar saudáveis desafios, é fazer amizades, é conhecer novos lugares e abrir novos horizontes. É conviver com a natureza. É ser companheiro.
As condições do tempo influenciam todas as decisões no que se refere à pesca: que roupa vestir, qual o melhor tipo de alimento para o farnel até às mais específicas, como que isca utilizar, que espécies de peixe serão de captura mais previsível, qual a quantidade de combustível necessária para o barco, etc.
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CARTA DE UM PESCADOR À FAMÍLIA
“Vou novamente à Pesca e vejo nos teus olhos a reprovação silenciosa de te deixar sozinha… Não me julgues, não é que eu não queira estar contigo, mas preciso de estar comigo mesmo e bem sei que, por mais que insistas em tentar compreender a paixão que tenho pela Pesca, jamais irás conseguir.
É que sinto na alma esse amor pelos espaços abertos, pelo e pela aventura. Preciso de um lugar arejado, com água e vento. Quero sujar-me, não quero preocupar-me com o meu aspecto, quero sentir o cansaço, que o sol queime a minha cara, e que o frio a congele. Quero ver e ouvir o mar, sentir a maresia na cara, ouvir os gritos das gaivotas e sentir a água a bater-me nas botas, as melodias orquestradas pelos vários animais ....… quero sentir a tua falta e imaginar-te à minha espera !
Minto-te, e digo que este será o melhor dia de pesca que vou ter na vida, apesar de saber que na próxima vez voltarei a dizer o mesmo… E, já no mar, estou feliz, sentindo uma paz única.
Ás vezes sinto que nasci na época errada, onde o triunfo do homem é medido em plásticos de cartão de crédito, onde o frio é regulado com um termostato e o calor do verão não existe, porque há aparelhos de ar condicionado. Nasci numa época de traições e lutas por uma conta bancária, por status, onde tudo se compra e tudo se vende.
Mas quando pesco, meu amor, afasto-me deste mundo horrível e venenoso. Afasto-me do conforto, do luxo e da televisão que nos idiotiza. Posso aceitar as regras do jogo, sou suficientemente civilizado para conviver neste mundo de loucos, mas deixa-me sair disto de vez em quando.
Amo as minhas canas, os meus carretos, as minhas amostras e todo o meu material de pesca , porque são aquilo que me leva a este grande jogo, que é a pesca - peço-te que não os vejas como um instrumento de morte, porque eles são um instrumento de vida. Não há forma de me sentir mais vivo do que quando os empunho diante do mar.
E verás que quando não o puder fazer mais, estarei por aí sentado ao sol, onde me ponham as mãos carinhosas dos nossos filhos ou as tuas, e um sorriso distante estará desenhado nos meus lábios secos. Não penses que a velhice é inevitável, pensa antes que estarei a lembrar-me de alguma pescaria e, se me vires triste e sozinho, entediado na minha cadeira, coloca a minha velha e gasta cana de pesca nas minhas mãos. Ao tocar nela, vou ser transportado no tempo… verás então que as minhas mãos apertarão esta velha companheira, tentando recuperar aqueles momentos que já se foram.
Meu amor, se hoje ou amanhã for à pesca para poder apreciar esses momentos e, assim, estar feliz., se acontecer alguma coisa enquanto estou no mar, que ninguém chore.
Que ninguém fique triste porque de certeza que eu estou a sorrir.
No ar
O Jomar com um polvo ensarilhado na linha e no xalavar
Ricky com um dos primeiros polvos a sair
Pensámos fazer uma "reportagem" completa do dia, mas alguns problemas não previstos impossibilitaram a obtenção de mais fotografias. Foi pena, mas ainda assim foi um dia bem passado, com o tempo a ajudar e, como resultado, alguns kgs de polvo para a ceia de Natal e um arrozinho ou uma saladinha.