Pescar é enfrentar saudáveis desafios, é fazer amizades, é conhecer novos lugares e abrir novos horizontes. É conviver com a natureza. É ser companheiro.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

CIGUATERA - Um dos poderosos venenos do mar

Ciguatera, um envenenamento pouco conhecido pela maioria dos pescadores, excepto dos praticantes do Big Game, que a conhecem bem - daí o facto de quase nunca consumirem, em termos gastronómicos, a barracuda, por exemplo. É considerado uma das formas mais graves de envenenamento provocado pela ingestão de peixe. É impossível saber, antes de o consumir, se o peixe está ou não envenenado, excepto através de análises laboratoriais - tem de se comer para se ter a certeza mas....nem sempre. A cadeia começa com a microalga que produz a ciguatoxina, que é consumida directamente por peixes herbívoros e omnívoros e espécies de invertebrados que se alimentam de algas, que por sua vez são comidos por peixes carnívoros. À medida que se sobe na cadeia alimentar também a quantidade de toxinas vai aumentando, porque se mantém no organismo do hospedeiro - como os predadores estão no topo da cadeia, a quantidade de toxinas é enorme.







As espécies mais frequentemente contaminadas com a ciguatera são os dourados, xaréus, barracudas, pargos e os tunídeos, bem como as salemas se, como espécie essencialmente herbívora, se alimentarem numa zona de algas contaminadas. A maior parte dos predadores são potenciais contaminados, principalmente se a sua alimentação for procurada em zonas de algas tóxicas, já que se alimentam de peixes mais pequenos que, por sua vez, consumiram algas.

Imagem: www.southtexascollege.edu












O envenenamento, em pessoas saudáveis, raramente ultrapassa sintomas que tendem a desaparecer rapidamente após algum desconforto. Só em casos mais graves, felizmente muito raros, é que se torna necessário proceder a lavagens ao estômago, à ingestão de carvão activado, de anti-histamínicos ou outras medidas adequadas, em meio hospitalar. Mas, e vá lá saber-se porquê, há pessoas completamente imunes a este tipo de envenenamento - e, em contrapartida, há pessoas com grande hipersensibilidade ao mesmo. As pessoas que sentem algum desconforto quando comem marisco, moluscos bivalves, crustáceos ou gastrópodes, são muito mais susceptíveis ao envenenamento por ciguatera.

Os primeiros sintomas do envenenamento vão desde uma leve sensação de formigueiro ou comichão na boca até à paralisia muscular, tudo isto nas primeiras doze horas após a ingestão do peixe envenenado. Estes sintomas costumam aparecer geralmente entre alguns minutos e algumas horas após a ingestão. Os sintomas neurológicos mais comuns são sensações alternadas de calor e frio e de formigueiro (boca, face, mãos e pés), tonturas, náuseas, sabor metálico na boca, dores musculares e nas extremidades e articulações. Apesar dos sintomas neurológicos serem mais severos nos primeiros seis a dez dias, algumas vítimas podem sofrer os sintomas por períodos prolongados, mesmo durante meses ou anos.

Os casos muito graves de envenenamento podem provocar o coma ou mesmo a morte.

sábado, 27 de dezembro de 2008

As cobras também pescam !

Algures no Rio Tejo (Espanha), o Pepe Alba, assistiu e fotografou uma cena invulgar: uma cobra "pescadora". A serpente capturou uma perca e durante mais de uma hora tentou engolir o peixe (pelo lado da boca, no sentido das escamas, para evitar problemas...), mas desesperada teve de desistir, e abandoná-lo, pois não tinha uma boca suficientemente grande para que coubesse a presa.

















































quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Os meus carretos antigos

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sábado, 20 de dezembro de 2008

Dia de Pesca ao Polvo

Hoje, sábado, saímos para tentar apanhar uns polvos para o Natal. Às 9, hora em que abre o CDPA (Clube Desportivo de Paço de Arcos), o Katembe já estava na fila para entrar na água. Um dia agradável, com sol, algum frio e vento fraco. A bordo três "Katembistas" - Ricky, Jomar e LM.


Na fila para o Guincho


No ar

O Jomar com um polvo ensarilhado na linha e no xalavar

Ricky com um dos primeiros polvos a sair
















Pensámos fazer uma "reportagem" completa do dia, mas alguns problemas não previstos impossibilitaram a obtenção de mais fotografias. Foi pena, mas ainda assim foi um dia bem passado, com o tempo a ajudar e, como resultado, alguns kgs de polvo para a ceia de Natal e um arrozinho ou uma saladinha.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

NOS LIMITES DA DOR - Coragem ou insanidade?

ATENÇÃO: As fotos não são aconselháveis a pessoas impressionáveis.
Uma jovem norte-americana decidiu, de forma absolutamente voluntária, fazer uma experiência visando uma viagem até aos limites da dor, deixando-se prender através de vários anzóis que suportaram o seu peso. Não sabemos qual a sua verdadeira intenção - se puro masoquismo ou se fazia de cobaia para algum estudo sobre a resistência do ser humano à dor. Mas acreditamos que deverá ser das pessoas no mundo que melhor ficou a conhecer, porque o sentiu na pele, uma parte do sofrimento dos peixes quando ferrados.











terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Uma cana / bastão de pesca de 1850 ou 1880

Aqui fica uma curiosidade / preciosidade. Uma cana ou bastão de pesca construída artesanalmente, em bambu, entre os anos de 1850/1880 para a pesca em água doce. O carreto é feito em osso.


































D. Pepe, espanhol da zona de Badajoz, foi um praticante entusiasta da pesca no rio Guadiana e também o primeiro proprietário da cana, agora pertença do seu bisneto Pepe Alba, um amigo pessoal, autor das fotos desta verdadeira relíquia, e que teve a amabilidade de autorizar a sua publicação no nosso Blog.























Pepe Alba, é um amigo espanhol, residente em Badajoz, excelente pescador (pesca à pluma) e excelente fotógrafo, praticante da pesca sem morte, bem como um verdadeiro amante e defensor da natureza. Tive já o prazer de o ter a bordo do "1 de Sines", numa jornada de pesca em Vila Nova de Milfontes.
Pepe Alba






















segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

PORQUÊ QUE O MAR É SALGADO?

O mar é composto por elementos químicos, compostos químicos e iões. Deste grupo, os que existem em maior quantidade são os iões Cloro (Cl-), Sódio (Na+), Sulfato (SO4--), Magnésio (Mg++), Cálcio (Ca+) e Potássio (K+). O Sódio e o Cloro, componentes do vulgar sal de mesa, são 90% dos iões, que por sua vez correspondem a 3.5 % do peso total da água do mar.

O dióxido de carbono da atmosfera torna a chuva moderadamente ácida. Quando chove a água cai directamente nos oceanos e nos rios, por ser ligeiramente ácida e pelo efeito da erosão vai dissolvendo as rochas do leito e margens, dissolvendo as moléculas e transformando-as em iões. A sua evaporação leva à condensação na atmosfera, repetindo-se assim todo o processo cíclico.

A salinidade do mar só não aumenta ao ponto de se tornar insustentável porque outros fenómenos vão retirando iões à agua do mar, como a vida marinha que necessita de cálcio que é retirado da água e a sedimentação (ligação dos iões a partículas finas, que acabam por se acumular no fundo dos oceanos).

Salinas /Aveiro Foto Blog Missixty








domingo, 14 de dezembro de 2008

Bactéria comedora de carne humana

A photobacterium damsela é uma bactéria rara, geralmente hospedada em peixes, principalmente nos salmonídeos, e conhecida por "comedora de carne humana".
Embora a contaminação de seres humanos seja muito rara, ela pode acontecer caso o peixe contaminado entre em contacto com um ferimento do pescador (p.e. provocado pelo anzol). Nestas circunstâncias, em caso de infecção, as consequências são sempre muito graves - a bactéria começa a corroer a zona onde se iniciou a infecção, e vai alastrando gradualmente, desfazendo a carne e tecidos da pessoa infectada à medida que vai avançando. Caso não haja uma resposta imediata através de tratamentos adequados, acaba por provocar a morte quando atinge os órgãos vitais.
Há registos de várias mortes nos Estados Unidos causadas pela photobacterium damsela e a bactéria está já referenciada nos seguintes países: Estados Unidos, Japão, Taiwan, Espanha, Grécia, França, Portugal e Noruega.

O início da infecção

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A dentada da anchova

Pois é, as anchovas, por vezes, também mordem os pescadores. Aqui ficam as fotos dos protagonistas do invulgar incidente, o amigo Rui Rosa e a anchova arisca, que pesava 12 Kgs.

Fotos de Rui Rosa















terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Peixes Perigosos

Fotografia de João Encarnação

Resultado do tão propalado aquecimento global e consequente aquecimento das águas ou de qualquer outro fenómeno não identificado, a verdade é que desde 2005 têm sido capturados com alguma frequência nas nossas costas atlântica e mediterrânica (Algarve, Sesimbra, Açores e Madeira) bem como em todo o Atlântico Oriental e Norte, uns peixes de aspecto bizarro, da espécie Lagocephalus laevigatus - família Tetraodontidae, espécie comum nas costas africanas atlântica e do Índico. As primeiras referências da sua presença em águas portuguesas datam dos anos de 1900 e 1904, não havendo quaisquer registos a partir dessa data até ao citado ano de 2005.

São conhecidos entre nós por peixe balão ou peixe cofre e em Moçambique por peixe sapo. Quando ameaçados incham chegando a atingir o dobro ou triplo do seu tamanho. Os adultos podem chegar a 1 metro de comprimento e cerca de 5 quilos de peso. A sua pele e vísceras são venenosas, mas é um peixe muito apreciado na gastronomia oriental, atingindo preços altíssimos. Muita atenção - mesmo que alguém vos garanta que os sabe preparar com segurança não se deixe tentar, pois o resultado pode ser muito grave, podendo mesmo provocar a morte.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Recordar a pesca em Moçambique

Nos meus tempos de juventude, em Moçambique, usava-se para o surfcasting uma montagem directa - uma chumbada furada, por onde passava a linha e no fim desta empatava-se o anzol, de olhal, pois não se usava o anzol de pata. E naquela altura (já lá vão mais de 30/40 anos) só se usavam canas de fibra, pois as de carbono ainda eram "ficção". Como é evidente, com uma montagem deste tipo numa linha o.50 ou 0.60 e uma cana de fibra, era muito raro perder-se um exemplar, mesmo dos grandes. As canas não eram muito compridas (cerca de 3 m) e era tudo uma questão de mais técnica do que de força, pois havia sempre o risco de se rebentar o beiço do peixe.

Sérgio Peres com um xaréu



Estou a falar duma pesca (surfcasting) em que era vulgar tirarem-se xaréus entre os 5 e os 8 kgs, anchovas às vezes com mais de 10 kgs, corvinas com mais de 4 kgs e raias até 10 kgs. Uma das últimas vezes que pesquei em Moçambique, em 1977, na praia do Régulo Luis (Beira), com um amigo de que hoje perdi o rasto (Zeca M´bava), estavamos entretidos a tirar xaréus entre os dois e os 3 kgs quando ao trazer mais um bem ferrado que estava já a cerca de 20 metros da areia, a cana dobrou completamente e o peixe deixou de fazer força - quando chegou só vinha a cabeça, o resto desaparecera - tinham chegado os cações. Foi altura de colocar um empate de aço e pouco depois veio um cação com cerca de 8 kgs com uma luta tremenda. O isco que utilizávamos era camarão grande inteiro e para o cação uma "mapura" inteira com cerca de 400 grs com um golpe na barriga (a mapura - nome que os locais chamavam a uma espécie de peixe muito vulgar naquelas praias e que em português nunca soube qual era).

     Sérgio Peres e amigos com uma raia



As embarcações do Katembe (2)

KATEMBE
É um semi-rígido Searibs, 4,70m de comprimento, equipado c/ motor Yamaha 50HP 2 T, sonda e GPS, com capacidade para 8 pessoas, mas limitada a 3 para acção de pesca, para que se preserve um mínimo de conforto.















As embarcações do Katembe (1)

1 de Sines
Antiga traineira em madeira, com 7,60m, motor Lister Diesel 45 HP às 3.000rpm, 2 cilindros refrigerado a água, e motor auxiliar Mercury 35 HP, equipado c/ sonda, GPS e rádio, capacidade para 12 pessoas (6 para acção de pesca), que era utilizada na pesca profissional do robalo ao corrico.













O início do nosso Blog


Passados seis anos do nascimento do site, o Katembe inicia o seu blog, que esperamos venha a interessar a quem partilha do nosso gosto pela pesca praticada de forma responsável e que continue a merecer a sua visita. As boas e más pescarias, e tudo aquilo que achemos interessante ou importante aqui será registado. Obrigado pela sua visita e pelo seu interesse.