Pescar é enfrentar saudáveis desafios, é fazer amizades, é conhecer novos lugares e abrir novos horizontes. É conviver com a natureza. É ser companheiro.

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

O plástico no mar

Todos os anos, milhões de toneladas de lixo vão parar aos oceanos, matando milhões de seres marinhos, e criando uma séria ameaça à sobrevivência da humanidade.

Em todo o mundo os plásticos representam mais de 80% do lixo encontrado nas praias. 

A decomposição no oceano leva 10 a 20 anos para sacos de plástico, 50 anos para copos e 450 anos para garrafas de plástico.


 

quinta-feira, 10 de junho de 2021

ESTÁ PRÓXIMO O FIM DAS CHUMBADAS NA PESCA !

O PAN - Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza apresentou na Assembleia da República uma proposta para a interdição do uso de chumbo na pesca. (PDF)

Os pescadores desportivos utilizam, como sabemos, o chumbo como lastro/contrapeso nas montagens para a pesca. Desde as grandes chumbadas de 180/200 grs até aos pequenos chumbos fendidos utilizados na pesca à bóia, são grandes as quantidades de chumbo que diariamente se perdem nos pesqueiros. Com o tempo, a acumulação de chumbo chega a quantidades assustadoras - no Brasil, onde se utilizam lagos naturais ou artificiais para a exploração de pesqueiros pagos, chegou-nos a notícia de que um lago, com cerca de 1,5  hectares e 8 metros de profundidade foi esvaziado para limpeza, ao fim de mais de 20 anos de exploração contínua sem manutenção apropriada, pois os peixes apresentavam vários sintomas estranhos: mortandade generalizada, doenças inexplicáveis, cegueira e indiferença aos iscos utilizados. – entre os variados detritos e lodo com mais de 1 metro de altura existentes no fundo, foram encontradas cerca de DUAS TONELADAS de chumbo, resultante das chumbadas que ali foram ficando,  perdidas pelos pescadores

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terça-feira, 10 de novembro de 2020

Siluro - o demónio no Rio Tejo

«DE DIA PARA DIA, DE ANO PARA ANO, O NOSSO PEIXE NATIVO ESTÁ A ACABAR. DAQUI A 4 OU 5 ANOS ACABA MESMO. OS SILUROS COMEM TUDO, NÃO DÃO HIPÓTESE»

É o terceiro maior peixe do rio do mundo, pode atingir 2,80 metros e pesar cerca de 120 Kgs. O siluro invadiu o rio Tejo e está a reproduzir-se e a dominar ‘como um leão’ a fauna deste rio. E não só piscícola, pois há relatos de caçar patos e pombos nas margens. Só na barragem de Belver estima-se que possam já existir 10 mil siluros e, sem predadores, muitos peixes nativos que lhes servem de refeição estão em risco de desaparecer. Os pescadores já estão a sentir esta redução nas suas redes e temem que em poucos anos o Tejo fique sem peixe nativo… e eles sem modo de vida. O ICNF diz que será elaborado um plano de ação a nível nacional.


Vídeo: Marcação de Siluros na Barragem de Belver  -   Créditos: H. Henriques/Alamal River Club  

Também chamado de peixe-gato europeu, o siluro (Silurus glanis) é um peixe voraz e um predador de topo que não encontra rival e facilmente domina o ambiente onde entra. É o terceiro maior peixe de rio do mundo e pode atingir 2,80 metros e pesar cerca de 120 Kgs. Nativo da Europa Central e Oriental, o siluro foi introduzido na Península Ibérica na década de 1970, na barragem do Riba-Roja, no rio Ebro, em Espanha. Os especialistas acreditam que a partir daqui terá dispersado ou sido introduzido no Tejo por pescadores desportivos uma vez que é um troféu aliciante para esta comunidade. Ao Baixo Tejo terá chegado por volta de 2006.

Desde então tem vindo a reproduzir-se para números preocupantes. «Quando começamos a estudar a espécie em 2016, numa campanha de campo, apanhávamos aproximadamente 10 peixes durante uma semana. Actualmente, em três dias, apanhamos entre 20 e 30 siluros. Hoje em dia é comum os pescadores profissionais reportarem capturas de 30 a 50 siluros por dia. Em França, num rio mais frio e não tão produtivo como o Tejo, colegas da Universidade de Toulouse que trabalham com o siluro estimaram que em cada metro de rio existia um siluro adulto, com mais de um metro.

Os gémeos Dino e Dario Ferrari, de  Casalmoro (Mantova) entraram no Guiness 
com esta captura (spinning) de um siluro com 2,67m e 127 kgs

O perigo está literalmente à espreita. «O rio Tejo tem uma fauna única em Portugal, isto porque uma boa parte dos peixes nativos são endémicos de Portugal e Espanha, isto é, em todo o mundo só existem na Península Ibérica. E duas dessas espécies são endémicos do Tejo - só existem no Tejo e em mais lado nenhum do mundo - são elas a Lampreia-do Nabão e a Boga-de-boca-arqueada de Lisboa, esta última existe no troço principal. O rio Tejo tem ainda um conjunto de vários peixes migradores importantíssimos para nós, como a lampreia-marinha, a enguia-europeia, o sável, a fataça, todos eles são um recurso económico importantíssimo para as várias dezenas de pescadores que vivem nesta região. Também estes peixes migradores fazem parte da cultura do Ribatejo, dos pescadores Avieiros desta zona, fazem parte da identidade desta região. Ora o siluro é um predador de topo, é como ter um leão dentro de água, ninguém o preda e irá atingir enormes densidades alimentando-se destes peixes nativos» destaca Filipe Ribeiro, Doutorado em Biologia da Conservação e que  trabalha com peixes dos rios de Portugal desde 1998