Pescar é enfrentar saudáveis desafios, é fazer amizades, é conhecer novos lugares e abrir novos horizontes. É conviver com a natureza. É ser companheiro.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Uma cana / bastão de pesca de 1850 ou 1880

Aqui fica uma curiosidade / preciosidade. Uma cana ou bastão de pesca construída artesanalmente, em bambu, entre os anos de 1850/1880 para a pesca em água doce. O carreto é feito em osso.


































D. Pepe, espanhol da zona de Badajoz, foi um praticante entusiasta da pesca no rio Guadiana e também o primeiro proprietário da cana, agora pertença do seu bisneto Pepe Alba, um amigo pessoal, autor das fotos desta verdadeira relíquia, e que teve a amabilidade de autorizar a sua publicação no nosso Blog.























Pepe Alba, é um amigo espanhol, residente em Badajoz, excelente pescador (pesca à pluma) e excelente fotógrafo, praticante da pesca sem morte, bem como um verdadeiro amante e defensor da natureza. Tive já o prazer de o ter a bordo do "1 de Sines", numa jornada de pesca em Vila Nova de Milfontes.
Pepe Alba






















segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

PORQUÊ QUE O MAR É SALGADO?

O mar é composto por elementos químicos, compostos químicos e iões. Deste grupo, os que existem em maior quantidade são os iões Cloro (Cl-), Sódio (Na+), Sulfato (SO4--), Magnésio (Mg++), Cálcio (Ca+) e Potássio (K+). O Sódio e o Cloro, componentes do vulgar sal de mesa, são 90% dos iões, que por sua vez correspondem a 3.5 % do peso total da água do mar.

O dióxido de carbono da atmosfera torna a chuva moderadamente ácida. Quando chove a água cai directamente nos oceanos e nos rios, por ser ligeiramente ácida e pelo efeito da erosão vai dissolvendo as rochas do leito e margens, dissolvendo as moléculas e transformando-as em iões. A sua evaporação leva à condensação na atmosfera, repetindo-se assim todo o processo cíclico.

A salinidade do mar só não aumenta ao ponto de se tornar insustentável porque outros fenómenos vão retirando iões à agua do mar, como a vida marinha que necessita de cálcio que é retirado da água e a sedimentação (ligação dos iões a partículas finas, que acabam por se acumular no fundo dos oceanos).

Salinas /Aveiro Foto Blog Missixty








domingo, 14 de dezembro de 2008

Bactéria comedora de carne humana

A photobacterium damsela é uma bactéria rara, geralmente hospedada em peixes, principalmente nos salmonídeos, e conhecida por "comedora de carne humana".
Embora a contaminação de seres humanos seja muito rara, ela pode acontecer caso o peixe contaminado entre em contacto com um ferimento do pescador (p.e. provocado pelo anzol). Nestas circunstâncias, em caso de infecção, as consequências são sempre muito graves - a bactéria começa a corroer a zona onde se iniciou a infecção, e vai alastrando gradualmente, desfazendo a carne e tecidos da pessoa infectada à medida que vai avançando. Caso não haja uma resposta imediata através de tratamentos adequados, acaba por provocar a morte quando atinge os órgãos vitais.
Há registos de várias mortes nos Estados Unidos causadas pela photobacterium damsela e a bactéria está já referenciada nos seguintes países: Estados Unidos, Japão, Taiwan, Espanha, Grécia, França, Portugal e Noruega.

O início da infecção

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A dentada da anchova

Pois é, as anchovas, por vezes, também mordem os pescadores. Aqui ficam as fotos dos protagonistas do invulgar incidente, o amigo Rui Rosa e a anchova arisca, que pesava 12 Kgs.

Fotos de Rui Rosa















terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Peixes Perigosos

Fotografia de João Encarnação

Resultado do tão propalado aquecimento global e consequente aquecimento das águas ou de qualquer outro fenómeno não identificado, a verdade é que desde 2005 têm sido capturados com alguma frequência nas nossas costas atlântica e mediterrânica (Algarve, Sesimbra, Açores e Madeira) bem como em todo o Atlântico Oriental e Norte, uns peixes de aspecto bizarro, da espécie Lagocephalus laevigatus - família Tetraodontidae, espécie comum nas costas africanas atlântica e do Índico. As primeiras referências da sua presença em águas portuguesas datam dos anos de 1900 e 1904, não havendo quaisquer registos a partir dessa data até ao citado ano de 2005.

São conhecidos entre nós por peixe balão ou peixe cofre e em Moçambique por peixe sapo. Quando ameaçados incham chegando a atingir o dobro ou triplo do seu tamanho. Os adultos podem chegar a 1 metro de comprimento e cerca de 5 quilos de peso. A sua pele e vísceras são venenosas, mas é um peixe muito apreciado na gastronomia oriental, atingindo preços altíssimos. Muita atenção - mesmo que alguém vos garanta que os sabe preparar com segurança não se deixe tentar, pois o resultado pode ser muito grave, podendo mesmo provocar a morte.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Recordar a pesca em Moçambique

Nos meus tempos de juventude, em Moçambique, usava-se para o surfcasting uma montagem directa - uma chumbada furada, por onde passava a linha e no fim desta empatava-se o anzol, de olhal, pois não se usava o anzol de pata. E naquela altura (já lá vão mais de 30/40 anos) só se usavam canas de fibra, pois as de carbono ainda eram "ficção". Como é evidente, com uma montagem deste tipo numa linha o.50 ou 0.60 e uma cana de fibra, era muito raro perder-se um exemplar, mesmo dos grandes. As canas não eram muito compridas (cerca de 3 m) e era tudo uma questão de mais técnica do que de força, pois havia sempre o risco de se rebentar o beiço do peixe.

Sérgio Peres com um xaréu



Estou a falar duma pesca (surfcasting) em que era vulgar tirarem-se xaréus entre os 5 e os 8 kgs, anchovas às vezes com mais de 10 kgs, corvinas com mais de 4 kgs e raias até 10 kgs. Uma das últimas vezes que pesquei em Moçambique, em 1977, na praia do Régulo Luis (Beira), com um amigo de que hoje perdi o rasto (Zeca M´bava), estavamos entretidos a tirar xaréus entre os dois e os 3 kgs quando ao trazer mais um bem ferrado que estava já a cerca de 20 metros da areia, a cana dobrou completamente e o peixe deixou de fazer força - quando chegou só vinha a cabeça, o resto desaparecera - tinham chegado os cações. Foi altura de colocar um empate de aço e pouco depois veio um cação com cerca de 8 kgs com uma luta tremenda. O isco que utilizávamos era camarão grande inteiro e para o cação uma "mapura" inteira com cerca de 400 grs com um golpe na barriga (a mapura - nome que os locais chamavam a uma espécie de peixe muito vulgar naquelas praias e que em português nunca soube qual era).

     Sérgio Peres e amigos com uma raia



As embarcações do Katembe (2)

KATEMBE
É um semi-rígido Searibs, 4,70m de comprimento, equipado c/ motor Yamaha 50HP 2 T, sonda e GPS, com capacidade para 8 pessoas, mas limitada a 3 para acção de pesca, para que se preserve um mínimo de conforto.















As embarcações do Katembe (1)

1 de Sines
Antiga traineira em madeira, com 7,60m, motor Lister Diesel 45 HP às 3.000rpm, 2 cilindros refrigerado a água, e motor auxiliar Mercury 35 HP, equipado c/ sonda, GPS e rádio, capacidade para 12 pessoas (6 para acção de pesca), que era utilizada na pesca profissional do robalo ao corrico.













O início do nosso Blog


Passados seis anos do nascimento do site, o Katembe inicia o seu blog, que esperamos venha a interessar a quem partilha do nosso gosto pela pesca praticada de forma responsável e que continue a merecer a sua visita. As boas e más pescarias, e tudo aquilo que achemos interessante ou importante aqui será registado. Obrigado pela sua visita e pelo seu interesse.