Do tempo em que o Forte da Ilha do Pessegueiro, era ocupado pelos Mouros se conta esta lenda.
Um capitão mouro vivia no referido forte com um grupo de soldados, sua mulher e filhos. Tinha a seu cargo a defesa da fortaleza e o treino dos seus soldados. Sonhava, ele, fazer do seu filho (criança de 8 anos), um grande guerreiro, corajoso e forte, destemido e sanguinário.
Mas o menino detestava as armas e fugia aos treinos a que o pai o submetia. Gostava muito de brincar e tinha um coração bondoso, tanto para com a gente como para todos os animais. Afeiçoou-se de tal maneira a uma gralha, que era ela o seu passatempo favorito. Onde estava o menino lá estava o pássaro, o pai enfurecido do seu desinteresse pelas artes da guerra, ameaçou-o que matava a gralha se ele não deixasse de brincar com ela. Então, uma noite quando todos dormiam o menino pegando na sua companheira gralha resolveu fugir para que seu pai não matasse a amiguinha.
Muitos dias se passaram. Todas as buscas foram em vão pois não encontravam o pobre menino. Chorava a mãe, arrependia-se o pai. Quando voltaram a ver o filho, já ele estava morto junto a uma fonte num vale, com a sua amiga gralha pousada no seu corpo, morta também. Desde ai, aquela fonte ficou conhecida como a "Fonte da Gralha".
Esta fonte encontra-se submersa pela água da nova barragem construída na herdade da Cabeça da Cabra.
fonte: Instituto de Estudos de Literatura Tradicional