segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

CARRETOS ANTIGOS

VENDO CARRETOS ANTIGOS em perfeito estado de funcionamento
Sofi (C2, K2, R e S) Sagarras, Aimsa, Shakespeare, Orgis, Point Sportsman.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pescar e soltar - como salvar peixes que...


Como todos sabemos, principalmente aqueles que praticam a pesca embarcada, há peixes que chegam à superfície com parte do estômago fora da boca e do intestino fora do ânus, devido à subida rápida à superfície sem tempo para fazerem a necessária adaptação (descompressão), o que faz com a bexiga natatória, que está preparada para a profundidade onde o peixe se encontra, mantenha a sua pressão interna quando, à superfície a pressão externa é muito menor.

Nestes casos, mesmo que devolvamos o peixe à água este é incapaz de mergulhar, mantendo-se à superfície onde, após várias tentativas sem sucesso para voltar ao fundo, acaba por morrer.

Mas quando se é praticante do "pesca e solta; solta" ou nos casos em que não queremos aproveitar o peixe e o devolvemos à água, e para que este não venha a morrer, pode-se salvá-lo fazendo o seguinte:

Com uma agulha hipodérmica de tamanho #10 ou pouco maior, inseri-la cuidadosamente logo abaixo da linha lateral do peixe, num ângulo de 45º e na zona perto da barbatana peitoral, muito devagar. Acabará por ouvir nitidamente os gases a saírem da bexiga natatória quando a atingir. Poderá então devolver o peixe à água e este mergulhará de imediato. Tudo isto deverá ser feito com a maior rapidez para que o peixe regresse ao seu ambiente em boas condições.





Nunca force o estômago do peixe para dentro da boca - este voltará à posição correcta assim que o peixe mergulhar.

domingo, 22 de janeiro de 2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Pescar de Inverno na Costa de Cascais

A pesca embarcada que se pratica na costa de Cascais de Outubro a Abril, é condicionada pelas condições meteorológicas, principalmente quando estas influenciam a agitação marítima.

Durante a Primavera-Verão a nossa costa fica sobre a influência do fenómeno “upwelling” (ou afloramento costeiro) e no Outono-Inverno o regime de circulação costeira inverte-se, surgindo a Contra-corrente Costeira de Portugal, nitidamente influenciada pela Oscilação do Atlântico Norte (OAN). Esta oscilação corresponde a um fenómeno atmosférico de grande escala, envolvendo uma alternância da intensidade dos valores da pressão atmosférica na região subtropical (centro de altas pressões centrado nos Açores) e na região subpolar (centro de baixas pressões centrado na Islândia). A OAN exerce uma influência forte na variabilidade climática interanual e afecta a intensidade e direcção dos ventos de oeste que sopram no Atlântico Norte. No entanto, todas estas alterações e oscilações climatéricas provocam muitos dias com óptimas condições para a pesca, e não são raros dias de total calmaria.

Em dias com alguma agitação marítima, a pesca nas zonas mais abrigadas na nossa costa revela-se por vezes muito produtiva, porque também o peixe se aproxima da costa para se alimentar.
A pesca que então se pratica não sofre qualquer alteração pois é possível capturar as mesmas espécies que se capturam no Verão. A partir de meados de Outubro, os Sargos (Diplodus sargo) e os Sargos/russadas/safias (Diplodus vulgaris) aproximam-se da costa e é possível fazerem-se belas pescarias em pesqueiros de pouca profundidade, que podem ir dos 10 aos 15 metros. É também nesta altura que os maiores exemplares destas espécies se tornam mais abundantes e muitas vezes com mais apetite, no entanto, em pesqueiros baixos, são por vezes muito matreiras e mal as sentimos quando sorrateiramente nos comem o isco do anzol.

Os iscos que então devemos usar podem ser variados: camarão, lingueirão, mexilhão e amêijoa, podemos ainda pescar com anelídeos: tiagem, casulo, ganso, etc. estes mesmos iscos servem também para outros peixes, como os besugos que por vezes nestes meses e em determinados pesqueiros, fazem autênticos ataques mais parecendo piranhas, as fanecas marcam presença todo o ano, e os safios demonstram um apetite fora do vulgar. A captura destes aumenta por vezes durante os meses de Inverno, principalmente em anos de muita chuva, uma vez que a salinidade dos rios e dos seus estuários diminui o que leva a que estes animais se desloquem mais para o mar, ocupando todas as tocas que estejam disponíveis, quer em zonas mais fundas quer junto da costa. Quanto a pargos e gorazes estão lá todo o ano, pois aparecem nos pesqueiros mais fundos.

De todo o material que necessitamos para pescar no Inverno, um dos mais importantes e que não nos devemos esquecer é o nosso OLEADO, casaco e calças, desta forma ficamos prontos para ir para o mar, o resto é entre o homem e o peixe.


António Lemos

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Natal 2011 na Costa Vicentina

Cheguei ao PNSACV na sexta-feira, dia 16 de Dezembro. Segundo os pescadores locais, houve muito peixe até final de Novembro mas em Dezembro os sargos deixaram de encostar.
Mas como nessa última semana o mar tinha estado bruto, quando o mar acalmasse, talvez eles regressassem!
No Sábado, fui então matar o vício. O mar ainda estava muito forte (3/4m); levei umas sardinhas para ver se enganava algum sargo na rebentação, mas a grade voltou a atacar, o que já não me acontecia desde o Natal do ano passado!

No dia seguinte, como o mar ainda era bem forte (2/3 m), escolhi um local onde pudesse pescar sem grandes riscos. Um paraíso dos sargos, quando eles ali encostam...
Nos dois primeiros lançamentos nem um toque. Decidi lançar uns metros mais ao lado, junto a uma pedra mais alta e esperei sentado, até que , ao fim de 5 minutos, senti o 1º toque, um toque forte - belo sargo pensei, mas logo me apercebi que não podia ser - nenhum sargo faria aquela força - os primeiros 2/3 minutos foram só a dar linha ao peixe, mas tentando sempre evitar que se refugiasse atrás de alguma pedra. Mesmo que quisesse não o conseguia trazer e lembrava-me constantemente que estava com um anzol nº 2 e linha 0,28mm, pelo que teria de ter muita paciência. Um robalo, será, pensei! Era estranho, aquele mar não era o mais adequado para que um robalo ferrasse, mas com sardinha como isco tudo era possível.

Uns valentes minutos passdos e o peixe começou a nadar um pouco para terra, o que aproveitei para o ir trazendo para mais perto e, finalmente, vi-o - sem dúvida, um robalo.
Depois veio a fase mais crítica... tirá-lo da água. E foi com a preciosa ajuda das ondas que o consegui colocar em seco , depois de uns bons 20 minutos a trabalhar o peixe, que acabou por sair da água bem afastado do local onde se ferrou. Não era um exemplar muito grande, mas estava bastante gordo (até um polvo pequeno tinha no estômago). Não o pesei, pois não tenho balança naquela casa, mas media 62 cm. Pelo meu cálculo deveria rondar os 2,5 kgs
Até ao final da pescaria ainda "saíram" 2 sargos, já nas pedras, um deles uma "tábua" certamente de quilo.

Na 2ª feira o mar caíu muito (1/1,5m) e aproveitámos para ir a nado até uma pedra ilhada onde gosto muito de pescar - era o último dia em que conseguiríamos pescar assim, pois a maré vazia começava a ser à noite (6/7 da manhã, 6/7 da tarde).
Tudo bem no início, o peixe estava lá e era grande, apanhei 2 sargos de seguida, uma "tábua" e um normal. A actividade diminuiu um pouco, mas não tardei muito a apanhar outro bom sargo. Ao quarto peixe que mordeu, uma outra "tábua", o carreto decidiu empanar...

Foi complicado trazê-lo assim, pois é um local com muita pedra e onde mordeu o sargo as ondas varrem com muita violência, trazendo o peixe, mas quando escoa leva-o de novo para baixo fazendo uma força brutal - caso não se dê linha é muito fácil o peixe soltar-se ou mesmo partir a linha. Ainda assim, e com alguma sorte, tirei-o quase "à mão". A minha pescaria terminou ali, mas com a certeza de que ainda apanharia mais uns quantos, não fosse a avaria do carreto.

Texto e Fotos: Jorge Ponte