segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Cana para pesca à bóia - como escolher

A escolha de uma cana para pescar à bóia no mar não é fácil. Na escolha, deparamo-nos com diversas características que podem tornar 2 modelos de canas tão diferentes entre si, o que nos pode levar a dizer, injustamente, que a “cana não presta” ou “esta é que é boa”.

No meu entender, existem 3 questões que influenciam uma correcta escolha da cana e que são:
- Que tipo de cana é o indicado para os locais onde pesco?
- Que tipo de cana é que eu gosto
- Como identificar as características de uma cana.
Para um pescador iniciado ou para aquele que pretende adquirir uma cana de qualidade, deve ter em atenção o seguinte: que tipo de cana é o indicado para os locais onde pesco?

Sobre a primeira questão temos de ter em conta o tipo de pesca fazemos e a morfologia dos pesqueiros. Comprimento da cana Se pescamos ao nível da agua ou em pontos mais elevados e se temos obstáculos. Estes dados permitem-nos definir se uma cana de 5mts é suficiente ou se precisamos de 6 ou mesmo 7mts. Uma cana mais curta tem vantagens na sua maneabilidade devido ao seu pouco peso e comprimento. Este tipo de canas destina-se a pesqueiros ao nível da agua, sem obstáculos e com pouca profundidade e para a utilização de bóias fixas.

A vantagem das canas grandes - >6mts - é poder evitar obstáculos tais como pedras que existem em alguns pesqueiros, tirar a linha da rebentação quando se pesca mais ao nível da água, ou com mares mais mexidos, pescar com bóias fixas a maiores profundidades e em caso de ferragem de peixe uma cana maior trabalha melhor o peixe do que uma cana curta.

A grande desvantagem é o seu peso e desconforto e em dias de vento pode-se tornar complicado a sua utilização. Penso que os 6 mts é uma boa medida, que permite fazer uma pesca em qualquer lado.

No caso das canas maiores, de 7 mts, esta é utilizada para formas de pesca e condições mais específicas. Por exemplo na pesca ao tento com bóia ou simplesmente com chumbo de correr, tem grandes vantagens pelo seu elevado alcance.

Poder de levantamento: outro factor a ter em conta é a carga de ruptura da cana. Este factor é importante para quem pesca bastante acima do nível da água ou para quem pesca em esporões e não pode utilizar camaroeiro ou cesto. Aqui o tamanho médio das capturas também tem influência.

A meu ver não é preciso uma cana que levanta 5kgs que é forçosamente mais pesada, quando as nossas capturas são exemplares com menos de 1kg Uma cana com carga de ruptura de 2kgs chega perfeitamente. Em caso de peixes maiores há formas de os tirar, quer utilizando utensílios próprios para o efeito quer encalhando .

Quando este tipo de capturas for mais frequente então pode-se equacionar a aquisição de uma cana com este tipo de características. Que tipo de cana eu gosto? Sobre a segunda questão, para aquilatar o tipo de cana de que se gosta, eu aconselho que vá experimentando várias canas com características diferentes, de forma a saber o que realmente gosta e se se adequa à sua forma de pescar.

Cada pescador tem a sua forma de pescar e, pegando no meu exemplo, as minhas escolhas recaem sobre as seguintes características:
A primeira opção é pelas as canas grandes. Já não consigo pescar com canas pequenas. Em acção de pesca parece que falta qualquer coisa na cana.
A segunda é a rigidez das canas: têm de ser rijas e direitas quando esticadas. Na pesca com bóias tipo caneta, aos sargos, a cana tem de ser rija e com acção de ponteira e leve com C.W. baixo, com um poder de levante na ordem do 1.5kg.
Na pesca de peão a cana tem de ser muito sensível na ponteira e semiparabólica na acção com poder de levante q.b. - aqui o C.W. é mais abrangente, chegando até às 100grs.

Para pescas fortes escolho sempre uma cana rija e potente, capaz de suster um bom peixe, e que me transmita confiança, quer na ferragem do peixe quer na sua recuperação. Não é fácil encontrar material que possamos experimentar, mas podemos sempre tentar junto de amigos de vício. Aconselho ainda que se faça a observação do trabalhar do material junto de outros pescadores, trocando informações junto destes.
Podemos também procurar junto das lojas de pesca que possam ter material usado e que possam disponibilizar para experimentarmos, orientando-nos para uma correcta escolha da cana.

Como identificar as características de uma cana:

Depois de analisarmos estes dados e escolhemos em traços gerais o tipo de cana que queremos, vamos então inclinar-nos para as características fundamentais de uma cana, que fazem com que 2 canas sejam tão diferentes entre si. A acção da cana, o Cast Weight, o equilíbrio, e o equipamento.

Acção da cana: a acção da cana varia entre Acção Parabólica e Acção de Ponteira, havendo ainda uma acção intermédia, a Semi Parabólica.

Acção Parabólica: define-se pela curvatura de praticamente todos os elementos da cana quando sujeitos a um esforço acentuado. Este tipo de canas são canas mais macias e com uma ferragem lenta. Isto quer dizer que quer um movimento imprimido pelo braço até chegar à bóia é mais lento, podendo perder eficácia. No entanto este tipo de cana é bom para trabalhar peixes maiores pois quando sujeita a um esforço considerável ela curva toda, sendo o esforço distribuído por todos os elementos - o efeito de mola da própria cana ajuda também a matar o peixe.

Acção semi parabólica: este tipo define-se pela curvatura dos 3 primeiros elementos quando sujeitos a um esforço considerável. São canas mais polivalentes, adaptando-se a todos os tipos de pesca, não comprometendo os resultados numa boa jornada de pesca. Este tipo de canas cumpre a sua função, quer a pescar em pesqueiros altos em que é preciso tirar peixe a prumo, quer nas pescas mais técnicas, em que precisamos de uma ferragem rápida e enérgica.

Acção de Ponteira: cana em que o primeiro elemento, a ponteira, é que trabalha - podemos dizer que as canas de acção de ponteira são canas mais técnicas, mais sensíveis, indicadas para aquelas pescas que é preciso rapidez quer na ferragem quer no matar do peixe e sua retirada da água.

Cast Weight: o Cast Weight, que na maioria das canas vem traduzido como acção, não é mais do que o intervalo de peso em gramas que a cana lança, tirando melhor rendimento no lançamento. Aqui existem 3 opções dependendo do tipo de pesca que fazemos. Existem canas com C.W. (Acção) baixo: por exemplo 6grs / 50grs que geralmente estão associadas a canas mais leves e sensíveis e com pouco poder de levantamento de peso. Também existem canas com C.W. elevado até 150grs e que são concebidas para pescas mais fortes nomeadamente para pesca em alta falésia, como é o caso de Sagres ou Cabo S. Vicente, em que são utilizados grandes e pesados peões. Geralmente canas com C.W elevado são sinónimo de canas fortes e robustas. Por fim existem as canas com um C.W. mais abrangente, 5grs / 100grs. Este tipo de canas tornam-se canas polivalentes permitindo pescar na maioria das condições encontradas.

Equilíbrio: é muito importante nas canas especialmente em canas superiores a 5mts. Para detectarmos se uma cana é equilibrada ou não estica-se a cana e pegamos nela junto ao porta carretos mantendo-a na horizontal. Se a tendência da cana for descair excessivamente para a frente, então estamos perante uma cana cabeçuda ou pendona. Neste momento devemos também sentir se a cana é pesada manejando-a alguns momentos. Em caso de grande desequilibro e/ou excessivamente pesada sentiremos na pele essa situação. Devemos também experimentar com um carreto semelhante ao que vamos utilizar na cana. O carreto serve também como contrabalanço podendo ajudar no equilíbrio da cana, mas também ajuda no aumento do peso que o braço tem de suportar.

Não é fácil encontrar uma cana que reuna todas as características que pretendemos e que seja também equilibrada. Para um compromisso leveza / robustez , recorre-se a materiais de melhor qualidade, logo também mais caros. Actualmente vivemos a moda das canas que levantam muito peso. Há quem anuncie 11 kgs de capacidade de levante. Para que isso aconteça é preciso reforçar a cana na sua totalidade, o que torna a cana muito pesada e naturalmente o maior peso está no ultimo elemento, junto á nossa mão, ou reforçá-la em algumas partes, nomeadamente no 2º e 3º elemento, tornando a cana pendona ou cabeçuda.

Devemos entender que a cana é uma extensão do nosso braço e que nos serve de ligação através da linha quer à bóia quer ao anzol. É algo comum aparecerem pescadores com inflamação dos tendões do cotovelo. Esta inflamação designa-se por Epicondilite ou Cotovelo de Tenista e deriva da repetição excessiva de movimentos sobre grande tensão dos músculos extensores do punho ou dos pronadores do antebraço. Em casos mais agudos, muitas das tarefas rotineiras do dia a dia ficam comprometidas, tais como lavar os dentes ou mesmo vestir. O tratamento pode chegar a ser cirúrgico, passando por acção medicamentosa e fisioterapêutica.

Materiais e equipamentos: Fibras e Carbonos

Sobre os materiais: as fibras e Carbonos utilizados na construção das canas são um mundo muito fechado, protegido pelas próprias marcas como segredos industriais. Às fibras de carbono são adicionados outros materiais de forma a aumentar a resistência e leveza. No entanto podemos ter presente que actualmente as canas na sua grande maioria são de fibras de carbono. É fácil constatar que as canas mais baratas, onde a espessura da parede dos elementos e a sua secção são maiores. Geralmente são feitas de fibras de carbono compósito ou fibras epoxy, resultando em canas são mais pesadas e geralmente mais macias.

Nas canas de melhor qualidade ou topo de gama , o Carbono utilizado é o Carbono Radial de alto módulo e Super Alto Módulo - as canas que utilizam este tipo de carbono são geralmente mais rijas e mais leves. Facilmente verificamos que as paredes e as secções dos elementos são menores.

Passadores e Porta Carretos: os passadores são compostos por 2 partes, sendo uma a estrutura que é fixada na cana e a outra o anel. A estrutura deve ser constituída por materiais ou ligas resistentes, leves e que não enferrugem.

O anel: são usados vários materiais designadas como cerâmicas. Estas devem ser duras e resistentes à abrasão provocada pela passagem constante da linha e ao mesmo tempo não lhe provocar danos.

Para as canas de bóia os passadores devem ser tipo monopata e de boa qualidade. Os passadores monopata são passadores mais leves e fáceis de substituir, ao contrário de outro tipo de passadores, em que, para serem substituídos, é necessário retirar todos os passadores dos restantes elementos.
Os porta carretos devem ser de elevada qualidade e feitos de materiais que não enferrujem. Também devem permitir uma boa fixação do carreto. Por vezes encontramos porta carretos subdimensionados, em que não é possível colocar um carreto maior.
A marca de passadores e porta carretos Fuji é normalmente a escolhida para bem equipar as canas com os seus materiais de qualidade. Geralmente as marcas que os utilizam encarregam-se de colocar bem visível essa informação. Naturalmente que uma cana equipada com componentes Fuji é uma mais valia mas também é mais cara. Existem outras marcas de passadores e porta carretos de qualidade, mas a Fuji é a marca de referência. Como em todos os materiais, existem diversas gamas, desde a económica ao topo de gama, podendo o preço de um conjunto atingir várias centenas de euros.

Assistência técnica: um ponto também a ter em conta é a assistência técnica. Não sendo regra que as marcas mais conhecidas tenham melhor assistência, penso que é preferível comprar uma cana das marcas mais populares à venda no nosso país do que uma marca sem grande representação. Fazer Stocks de peças sai dispendioso e mandar vir de fora demora tempo e sai caro. No entanto cada caso é um caso, pelo que a loja onde compramos o nosso material pode ajudar quanto a esta questão.

Grip ou Cabo anti derrapante: este é mais um pormenor que devemos ter em conta - a existência de um Grip ou cabo anti derrapante . Para quem isca e engoda com sardinha, sente muitas vezes que a cana e carreto ficam cobertos de gordura de sardinha, tornando-a escorregadia e um grip de borracha ou outro material ajuda neste aspecto. O ponto menos positivo é a sua limpeza.

Para as canas sem grip a grande vantagem é a sua limpeza. Este é um pormenor que fica ao critério de cada um. Se a cana escolhida não tiver um grip, existe para o mesmo efeito uma manga anti derrapante que pode ser colocada.

Factor económico: no nosso mercado existem marcas suficientes para que possamos fazer uma escolha de acordo com os nossos gostos e posses financeiras. Neste tempo de grandes dificuldades que atravessamos, a oportunidade de negócio é um factor a ter em conta. Por vezes existe material de colecções anteriores com grandes reduções no preço e nesta situação por vezes encontram-se topos de gama a preços de gama média da nova colecção. É uma oportunidade a considerar. Pergunte sempre na sua loja se existe material nestas condições ou se há alguma promoção. Eu tenho feito excelentes aquisições nestas condições.

Em síntese: a escolha de uma cana de bóia não é fácil devido às diversas características que podem ter, “mas o que é bom para mim pode não ser bom para vós” Trata-se de uma escolha muito pessoal. Uma boa cana deve ser rija, sensível, leve e resistente de acordo com o tipo de pesca praticado e adequada ao pesqueiro escolhido.

Texto: Rubenroche
Imagens: Katembe

sábado, 14 de novembro de 2009

Novo motor para o semi-rígido Katembe

Depois de muitas pescarias e muitas horas de trabalho, o motor Yamaha 50HP (2 tempos) que equipava o Katembe passou à história e foi substituído por um novo Honda PRO 30HP a 4 tempos.
O "velho" Yamaha nunca nos deu qualquer problema, embora tanto o consumo como o "ruído" fossem elevados.

O novo Honda

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cruzamentos no Tejo (3)

Mais um cruzamento com o Katembe no Tejo:

Lancha rápida da GNR/Brigada Fiscal

* LVI 23 "ZAVIAL" [LX-71-EST]
Classe - Ribamar
Deslocamento - 15,2 t
Comprimento fora a fora - 16,4 m
Boca - 4,23 m
Calado - 0,86 m
Motorização- 2 motores MTU 12V 183 TE93
Propulsão - 2 hidrojactos de água Hamilton 391
Potência - 2 x 1150 HP
Velocidade de cruzeiro - 25 nós
Velocidade máxima - 49 nós
Tripulação - 6
Armamento: Lança granadas?


* LVI - Lancha de Vigilância e Intercepção. A GNR / Brigada Fiscal tem ao serviço 12 unidades LVI espalhadas por todo o território nacional. Todas as unidades desta classe possuem embarcações auxiliares para abordagem

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Uma tarde no Tejo

Uma boa tarde passada no Tejo com poucas capturas e um canelon partido...

Scorpion

Pinguinhas

LM

Ricky

Ricky, Pernes e o canelon que se foi...